quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Relâmpagos e Fagulhas - Parte 1


A noite estava para começar, e a chuva rumava para os céus de minha linda cidade. Naqueles dias eu ainda não sabia, nem imaginava o que estava para acontecer. Sempre fui um admirador das nuvens, tão bonitas, abstratas. Cada qual com suas formas imaginárias, poderia observá-las durante semanas. Mal sabia eu, o futuro que elas reservavam para mim.
A chuva começara a cair e eu estava deitado. Assistia a um filme que passava, não estava realmente prestando atenção, só conseguia escutar o barulho da chuva. A janela assoprava em minhas costas, me deixando gelado de frio.


Relâmpagos e trovões mostravam suas garras na negra noite. Minha glamurosa cidade se encolhia perante a chuva, ela não era páreo. Eu só conseguia pensar na chuva, na fantástica batalha que estava ocorrendo, e minha linda cidade a assistia em pleno silêncio, se concentrando em observar cada movimento.
Raios voavam dos céus, incríveis fagulhas de cada golpe mortal, e caiam diretamente em minha indefesa cidade. Tudo que eu mais queria era estar em meio a esta batalha, e como queria. Mas tudo que eu podia fazer era apenas ouvir, ouvir seus urros e triunfos.
O filme acabara, assim como minha energia do dia. Escovara meus dentes e agora estava preparando minha cama para me deitar. Meus pais já estavam roncando, afinal eles tinham de trabalhar e não podiam perder seu tempo de sono. Foi deitar e apagar, dormi feito pedra. Não demorou para que meus sonhos começassem. Eu não conseguia entendê-los, eram turvos e nebulosos. Enxergava apenas sombras e vultos.
Acordei tão rapidamente quanto começara a dormir, o grito turvo e agudo me puxou de meus sonhos. O dia já clareara e eu levantara da cama com um salto. O grito entrava em minha mente e não queria sair. Corri pelo corredor e descia a escada em saltos. Quando cheguei a sala meus pais estavam na cozinha. Mas ninguém gritando, caminhei até eles e minha voz provavelmente saiu muito mais alta do que eu esperava, mas eles não estavam escutando o grito. Não conseguia entender, um grito alto e hipnotizador como aquele. Comecei a procurar de onde o grito vinha, mas era muito confuso, porque quando eu estava no andar de cima, em meu quarto, o som vinha do andar de baixo, mas agora que desci, ele parece vir do andar de cima.
Aos poucos percebo que, o som desaparecera, desaparecera assim que comecei a imaginar de onde vinha. Confuso eu percebera que estava faminto, assim me sentei e comecei a tomar meu café.
Mas não ficaria assim, uma hora ou outra eu descobriria, o que era este grito, era meu novo objetivo!
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Continua.

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